Três portugueses que fizeram parte das turmas de elite de Wenger


Em mais de duas décadas no Arsenal, Arsène Wenger destacou-se por saber apostar em jovens talentos e torná-los em grandes estrelas do futebol mundial. Passaram pelas suas aulas craques como Fabregas, Henry e por aí fora... A lista é muito extensa.

Apesar de o futebol inglês ser um destino cada vez mais popular para os jogadores portugueses, no colégio arsenalista de Wenger foram poucos os futebolistas nacionais que conseguiram entrar. Houve três que em determinada altura deram sinais de poder ser incluídos nos planos do técnico francês, que anunciou a saída do Arsenal no final da temporada. 


Luís Boa Morte

O extremo despertou o interesse do Arsenal com as suas exibições no torneio de Toulon, competição em que os grandes da Europa tentam encontrar diamantes por lapidar. Saiu do Sporting com 20 anos de malas aviadas para Londres. 

"Chego ao Arsenal e estou ali ao lado do David Seaman, Tony Adams, Dennis Bergkamp, Ian Wright, Overmars, Patrick Vieira, Emmanuel Petit, havia muita qualidade que eu estava habituado só a ver na televisão. De repente estou ali no meio deles. Eu, super pequenininho. Ao pé do Seaman eu parecia um franguinho", recordou o antigo internacional português ao Expresso.

Boa Morte passa duas épocas e meia em Highbury. Foi campeão e ganhou a Taça de Inglaterra logo na primeira temporada, em 97/98. Estreou-se na liga inglesa num Southampton x Arsenal, jogando dois minutinhos no lugar de Overmars. Ainda fez 15 jogos na Premier League na primeira temporada, quatro deles a titular. Apesar da qualidade e da aposta inicial de Wenger, Boa Morte não se conseguiu impor nos super Gunners da viragem do milénio.

Mas tornou-se uma referência no futebol inglês. É uma das lendas do Fulham. Passou mais de seis épocas em Craven Cottage, sendo uma das peças-chave que permitiram à equipa ascender do segundo escalão até às competições europeias. 

Boa Morte representou a Selecção por 28 vezes, apesar da forte concorrência a nível de extremos durante a sua carreira (Figo, Pedro Barbosa, Simão, Cristiano Ronaldo). O antigo extremo mantém a ligação aos gunners, sendo observador do Arsenal. E consta que anda pelos estádios portugueses à procura de talentos.

Amaury Bischoff

No defeso de 2008, Wenger procurava promessas que pudessem vir a substituir alguns dos grandes nomes do meio campo que foram saindo da equipa. Uma das apostas foi em Amaury Bischoff, um jovem que fez algumas boas exibições na equipa de reservas do Werder Bremen depois de ter feito a formação nos franceses do Colmar.

A contratação deixou os adeptos e a crítica incrédulos. E o próprio Wenger deu a entender que a aposta em Bischoff era uma jogada a ver o que dava. O médio centro nascido em França, mas que representou os sub-21 portugueses, fez algumas boas exibições na equipa de reservas, segundo rezam as crónicas de adeptos dos Gunners

Ainda fez quatro jogos pela equipa principal: três para as taças e um no campeonato. Sairia logo no final da temporada. Veio para o futebol português para ter tempo de jogo. Mas a passagem pelos relvados nacionais foi demasiada discreta para o que se esperava de uma antiga promessa do Arsenal.

Actualmente o médio é uma das principais figuras do Hansa Rostock, do terceiro escalão do futebol germânico. Sobre Wenger, Bischoff disse, numa entrevista ao Mais Futebol, que «é o melhor treinador do mundo para os jovens. Sabe falar com eles e trabalhá-los".

Rui Fonte

Os irmãos Fonte tiveram sortes distintas em Inglaterra. José, o mais velho, foi ao longo do tempo afirmando-se como um dos bons centrais da Premier League. Rui, o mais novo, viu o Arsenal abrir-lhe as portas ainda jovem. Mas na transição para sénior não conseguiu convencer Wenger.

Os Gunners foram buscar o avançado às escolas do Sporting. E depois de jogar pelos juniores dos arsenalistas, teve boas prestações na equipa de reservas. Mas as oportunidades na equipa principal foram muito poucas. Apenas jogou por uma vez num jogo da Taça contra o Wigan, substituindo o mexicano Carlos Vela.

Andou emprestado ao Crystal Palace antes de regressar a Portugal, novamente para o Sporting. Foi cedido ao Vitória e ao Espanhol de Barcelona. Ainda passou pelo Benfica, mas a afirmação chegaria apenas ao serviço dos arsenalistas... de Braga. O clube do Minho recebeu nove milhões esta época pelo avançado, que tenta novamente a sorte no futebol inglês ao serviço do Fulham.

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Foto principal: joshjdss

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