O que tem Nakajima em comum com Drulovic e Pacheco?

Imagem via @carrovassoura

É uma das grandes revelações da liga portuguesa. Velocidade, técnica, golos de bandeira e assistências para todos os gostos fazem de Shoya Nakajima uma espécie de Tsubasa de Portimão.

O extremo leva já nove golos e sete assistências no campeonato nacional, o que lhe mereceu a estreia pela selecção japonesa no amigável frente ao Mali. E deixou a sua marca ao assinar o golo do empate dos nipónicos.


O Portimonense e Vítor Oliveira acertaram em cheio na contratação. O extremo até tinha vindo a apresentar números interessantes no remoto futebol japonês, com 12 golos nas duas últimas temporadas no FC Tokio). Mas poucos arriscariam uma estreia tão forte no futebol português.

O primeiro golo de Nakajima pelo Japão

E a descoberta desta promessa do Império do Sol Nascente não foi por acaso. Na longa carreira de Vítor Oliveira há outros exemplos que comprovam que o treinador tem olho para apostar em extremos desconhecidos, mas que viriam a revelar-se  samurais a lançar ataques pelas alas. Talentos que, tal como Nakajima, rapidamente deixaram a sua marca no futebol português.

O velocista do Torralta de Alvor que trocou a Luz por Alvalade


O primeiro exemplo aconteceu logo nos primeiros anos de treinador de Vítor Oliveira. Em 86/87, na primeira passagem pelo Portimonense, vai buscar Pacheco, um jovem extremo de 20 anos, ao modesto vizinho Torralta de Alvor. A aposta no futebolista com velocidade estonteante deu frutos e ajudou a equipa de Portimão a terminar a liga a meio da tabela. 

Foto: Portimonense.pt

As boas exibições fizeram com que logo na época seguinte, a jovem promessa fosse contratada pelo Benfica e chamada à Selecção Nacional. Impõe-se na Luz, onde passa cinco temporadas e aponta 48 golos, ajudando os encarnados a conquistarem dois campeonatos, uma Taça de Portugal e a chegar a duas finais da Taça dos Campeões Europeus.

Uma ascensão meteórica. Ou, como o próprio disse numa entrevista à Sábado, "em Maio de 1986 estava a jogar na 2ª divisão, zona sul, pelo Torralta, contra o Estrela do Jorge Jesus e o Farense do Paco Fortes; e em Maio de 1988 estava a jogar a final da Taça dos Campeões em Estugarda".  

Troca o Benfica pelo Sporting no Verão Quente de 1993, em que os leões fizeram um raide às águias para lhes tirar algumas das principais pedras da equipa. Mas  rapidamente perdeu espaço no Sporting. Sairia para o Belenenses, ainda experimentou o futebol italiano ao serviço da Reggiana mas nunca mais voltou ao topo. Pendurou as botas no Atlético Clube de Portugal depois de passagens discretas pelo Santa Clara e Estoril.

De Belgrado para Barcelos e pentacampeão nas Antas


Foto: Cromo sem Caderneta
Vítor Oliveira foi também, desta vez no Gil Vicente, o padrinho de um dos extremos com maior palmarés do futebol nacional. Em 92/93 os barcelenses vão ao Rad Belgrado buscar um esquerdino chamado Ljubinko Drulovic. A época de estreia foi de sonho. O sérvio apontou dez golos. Marcava e dava a marcar.

A meio da temporada seguinte ingressou no FC Porto. Foi uma das figuras-chave da hegemonia dos azuis e brancos no futebol portugês na década de 90. Drulovic esteve em todos os títulos do pentacampeonato (95, 96, 97, 98 e 99), espalhando classe com a camisola 11. Em simultâneo ia acumulando internacionalizações, tendo representado o seu país por 37 vezes, facturando por nove vezes.

Drulovic em acção


O currículo despertou a cobiça dos rivais da Luz que contrataram o esquerdino já na fase descendente da carreira. Passou duas épocas no Benfica. Depois disso, ainda foi dar uma perninha pelo Partizan antes de se retirar dos relvados ao serviço do Penafiel, fechando uma longa e titulada carreira nos relvados portugueses.

Após a reforma, Drulovic foi acumulando algumas experiências como treinador. Chegou mesmo a orientar, por poucos jogos é certo, a selecção sérvia e também a da Macedónia.

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