O que é feito dos treinadores que não foram campeões com Pinto da Costa?

A probabilidade de um treinador ser campeão nacional com Pinto da Costa é de quase 70%. Dos 16 técnicos que assumiram os dragões no consulado do actual presidente do FC Porto, apenas cinco não conseguiram conquistar o campeonato nacional (alguns não chegaram sequer a ter tempo para tentar esse objectivo). Contrariamente a José Mourinho e a André Villas-Boas, que catapultaram a carreira no Dragão graças às conquistas europeias, Vítor Pereira teve de emigrar para a Arábia Saudita. Mas se mesmo um bicampeão nacional pelos dragões não consegue passar ao próximo nível na carreira, o que aconteceu aos treinadores que não conseguiram ser campeões com Pinto da Costa?

Quinito
O treinador natural de Setúbal esteve ligado a uma das piores épocas do FC Porto de Pinto da Costa em 1988/1989. O presidente portista apostou forte no técnico que tinha na barba e nas expressões peculiares a sua imagem de marca. Mas Quinito apenas durou até à 11ª jornada do campeonato. Saiu da equipa após dois empates a zero, um com o Benfica e outro com o Fafe, e depois de ter sido goleado por 5-0 pelo PSV para a Taça dos Campeões Europeus. Deixou o FC Porto no terceiro lugar do campeonato, a dois pontos da liderança.

Após a passagem pelas Antas, Quinito treinou várias equipas da Primeira e da Segunda Liga. Entre os seus maiores sucessos está um terceiro lugar em 1998 com o Vitória de Guimarães e o feito de ter levado o Vitória de Setúbal de regresso à Primeira Liga em 1996. Após estas campanhas foi director desportivo dos sadinos e adjunto de José Couceiro nos turcos do Gaziantepspor. Actualmente, o treinador já se deixou de "meter a carne toda no assador". Gere uma escola de futebol em Setúbal, a Escolinha Futebol Quinito.

Octávio Machado
No início da temporada de 2000/2001, Pinto da Costa apostou no antigo adjunto de Artur Jorge, Octávio Machado. Mas a escolha do palmelense do "vocês sabem do que eu estou a falar" não foi bem sucedida. O treinador sairia do comando dos dragões à 19ª jornada após uma derrota por 2-0 no Bessa e com o FC Porto no quinto lugar da tabela a sete pontos da liderança. Seria substituído por José Mourinho.

Depois da experiência no FC Porto, Octávio Machado terminou a carreira de treinador. Dedica-se à agricultura e é presidente da Associação Humanitária de Bombeiros de Palmela. É ainda comentador de futebol.

Luigi del Neri
O treinador italiano não teve, literalmente, tempo para aquecer o lugar no FC Porto. Contratado no início da época 2004/2005 saiu da equipa logo na pré-temporada dessa época. Após a curtíssima passagem pelo Dragão regressou ao calcio, oscilando entre o oito e o oitenta. Conseguiu um quarto lugar com a Sampdoria em 2010, mas a maior parte das experiências após a estadia no Porto acabaram em demissão por causa dos maus resultados (casos da Juventus, Palermo). Tem ainda uma nódoa no currículo que foi não ter salvo o Chievo da despromoção em 2007. O último cargo de del Neri foi no Génova, de onde foi despedido a meio desta temporada com apenas duas vitórias em treze jogos.

Víctor Fernández
O espanhol substituiu del Neri. Mas também não durou muito tempo no Dragão. Foi despedido no final de Janeiro após uma derrota em casa por 3-1 frente ao Sporting de Braga. Nem o facto de ter apurado o FC Porto para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões e de no início da época ter conquistado uma Taça Intercontinental lhe valeram. Deixou os azuis e brancos na terceira posição da tabela a dois pontos da liderança. 

Após a passagem do FC Porto, Fernandéz regressou ao Saragoça, onde havia ganho uma Taça das Taças em 95, e esteve ainda no Bétis. Actualmente é treinador dos belgas do Gent, tendo falhado a qualificação para as competições europeias após uma derrota por 7-0 frente ao Standard de Liège. 

José Couceiro
A época de 2004/2005 foi completamente atípica para Pinto da Costa, já que teve três treinadores. Depois de del Neri e de Fernández foi buscar José Couceiro ao Vitória de Setúbal. O técnico português terminou o campeonato em segundo lugar, a três pontos do campeão Benfica. Mas tal não foi suficiente para continuar ao leme dos azuis e brancos.

Seguiram-se passagens pela selecção portuguesa de sub-21. Foi selecionador da Lituânia e treinador do Kaunas. Ainda passou pelo comando técnico do Sporting e dos turcos do Gaziantepspor. A última experiência como técnico foi no Lokomotiv de Moscovo. Tentou relançar-se como dirigente, candidatando-se à presidência do Sporting, mas foi derrotado por Bruno de Carvalho. Desde Couceiro que Pinto da Costa não escolhe um treinador que não venha a ser campeão.

Com os treinadores que não conseguiram ganhar campeonatos no FC Porto, conseguirá Paulo Fonseca aumentar a taxa de sucesso de Pinto da Costa na escolha dos seus técnicos?

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