Nisto dos derbys há sempre um jogador que tem um gosto especial por marcar ao eterno rival. Se Cardozo é a maior ameaça à baliza sportinguista (apesar de não ter marcado no último jogo) e se num passado recente Liedson fazia a cabeça em água à defesa dos encarnados, no final dos anos 70 e início de 80 o rebenta defesas do derby dos derbys era Reinaldo Gomes.
Nascido na Guiné, Reinaldo abriu o caminho para uma das maiores vitórias dos encarnados sobre o Sporting. Em Novembro de 1978, os leões saíram da Luz vergados por uma derrota por 5-0, rebentados por dois golos de Reinaldo.
Um ano depois, e também para o campeonato, o Benfica recebeu e venceu o Sporting por 3-2, com o primeiro golo dos encarnados a ser marcado pelo avançado guineense. Em Outubro de 1980, os encarnados receberam os verde e brancos para uma eliminatória da Taça de Portugal. Mais uma vez, as águias venceram a partida, desta vez por 2-1, com Reinaldo a inaugurar o marcador.
Naqueles tempos, sempre que os leões se deslocavam ao Estádio da Luz deviam tremer ao ouvir o nome de Reinaldo. O guineense fez uma dupla de ataque implacável com Nené. A força física de Reinaldo compensava e encaixava no estilo de futebol em pezinhos de lã de Nené, que era conhecido como o homem que nunca sujava os calções.
Reinaldo venceu um campeonato com o Benfica, em 1981, duas Taças de Portugal e uma Supertaça. Marcou 48 golos nas quatro temporadas que passou na Luz e tinha um média de cerca de meio golo por encontro. Representou por seis vezes a Selecção Nacional, tendo marcado um golo pela equipa das quinas. Antes de vestir a camisola encarnada, o guineense passou pelo Vila Real, pelo Régua e pelo Famalicão,
Sairia do Benfica em 1982, não tanto pela perda de capacidades futebolísticas, mas mais por ter entrado no anedotário nacional por causa de um boato sexual. Passou depois pelo Boavista, Braga, Estoril e acabaria a carreira no Varzim. Actualmente, aos 58 anos, Reinaldo é treinador-adjunto da selecção da Guiné-Bissau. É o braço direito do seu antigo colega de equipa, Carlos Manuel, na equipa técnica da equipa africana.
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